A experiência de Paulo Ferreira (n. 1911 – m. 1999) enquanto pintor, cenógrafo e figurinista para Teatro e Dança, decorador, ilustrador e colaborador de jornais e revistas de referência levou-o a ser designado responsável pelo programa decorativo da representação portuguesa à Exposição Internacional de Paris de 1937, subordinada ao tema Arts et Tecniques dans la Vie Moderne. Foi com o painel Lisbonne aux Mille Coleurs que se apresentou e que recebeu o diploma de honra como ceramista, para além do Grande Prémio como decorador. Neste seu painel, Paulo Ferreira apresenta um luminoso panorama da cidade visto a partir do Tejo, numa perspetiva artificiosa e algo ingénua, tendo como centro do olhar a Praça do Comércio. A imagem urbana desenvolve-se em direção ao Rossio exibindo à esquerda as representações do Convento do Carmo, do Bairro Alto, das praças do Município e Camões e, à direita, representações da Sé e Castelo de São Jorge. A perspetiva sobre os edifícios é alterada de modo a sustentar a perspetiva de forte centralidade pretendida pelo autor. Réplica de 1992 do painel de 1937.