A obra original de L’enlèvement de Psyché do artista francês Pierre Paul Prud’hon foi exposta no Salon de Paris de 1808 e hoje pertence ao acervo do Museé du Louvre. A cópia de Pereira da Silva foi executada em uma de suas viagens à França, durante o período em que sua filha, a pintora Helena Pereira da Silva, permaneceu em Paris como pensionista do Governo do Estado de São Paulo. L’enlèvement de Psyché chegou ao acervo da Pinacoteca em 1914, acompanhado da cópia de Adoração dos pastores, do pintor espanhol Jusepe de Ribera (1591-1652) e da pintura Durante a pose, feita por Oscar Pereira da Silva.
O tema desta obra faz referência a uma passagem do mito de Psiquê e Cupido, narrado pelo escritor romano Apuleio no século II e retomado no século XVII pelo poeta francês Jean de La Fontaine, em Les Amours de Psyché et de Cupidon [Os amores de Psiquê e Cupido]. Psiquê é uma princesa dotada de beleza tão surpreendente que provoca a inveja de Vênus, a Deusa do Amor. Para se vingar da princesa, Vênus incumbe seu filho Cupido, o Amor, de flechá-la para que, ao acordar, ela se apaixone por um ser monstruoso. Mas Cupido também se apaixona pela jovem e decide protegê-la da ira de sua mãe. Os dois amantes passam por diversos desafios e atribulações até que Psiquê se torna imortal e os dois finalmente se unem na morada dos deuses.