Grupo escultórico em chumbo, representando Meleagro e Atalanta, acompanhados por um cupido e um cão com a pata sobre a cabeça de um javali.
O mito de Melagro, filho de Eneus e Altéia, de que existem várias versões, está ligado ao episódio da caçada do Javali de Cálidon, narrado no Canto 9 da Ilíada de Homero, no V Epinício da Baquílides e nas Metamorfoses de Ovídio.
Conta o mito que as Moiras ou Parcas predisseram à mãe, tinha a criança sete dias de nascimento, que a sorte de Meleagro estava associada à da acha que ardia na lareira. Se acabasse de arder, a morte do menino seria breve. A assustada mãe apressou-se a apagar o tição, conservando-o escondido numa arca durante anos.
Crescido e feito homem, Meleagro sentiu obrigação de libertar o país, Cálidon, de um terrível javali que o assolava, convocando diversos heróis, entre os quais a bela caçadora Atalanta – filha do rei da Arcádia, inexistente na narrativa homérica – por quem estava apaixonado. Meleagro teve de vencer a resistência de alguns dos outros heróis que se recusavam a lutar ao lado de uma mulher. A muito custo os convenceu. Foi Atalanta a primeira a atingir o javali, mas coube a Meleagro a glória de o matar. Com direito por isso aos despojos do animal, logo os dá a Atalanta num gesto de homenagem. De imediato os reclamaram os tios, dado serem os parentes mais próximos, mas Meleagro acaba por matá-los. Alteia, a mãe, indignada com tal assassínio, atirou para o fogo a acha mágica, causando a imediata morte do filho. Mais tarde, apercebendo-se do acto que cometera num momento de cólera, suicida-se.