A pintora e desenhista Yolanda Mohalyi nasceu na Hungria, em 1909. Lá, estudou na Escola Livre de Nagygania e, mais tarde, na Real Academia de Belas Artes de Budapeste. Veio ao Brasil em 1931, radicando-se em São Paulo. O impacto da mudança de país pode ser visto em sua obra, que passa, num primeiro momento, a incorporar elementos tipicamente brasileiros, assim como ganha certo caráter de denúncia social. No ano seguinte a sua chegada, passou a dar aulas de desenho e pintura, e, em 1935 a estudar com Lasar Segall, artista do qual tornou-se amiga. Em meados de 1937 integrou, ao lado de Victor Brecheret, Elisabeth Nobiling, Antonio Gomide, Rino Levi, entre outros, o Grupo 7. A partir de 1945, a artista realiza exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior. Há dois caminhos na pintura de Yolanda Mohalyi ou, se preferirmos, um percurso, da figuração à pintura abstrata informal. Meteoro I é certamente um exemplo dessa última vertente, explorada pela artista sobretudo a partir dos anos de 1950. Na pintura de 1971, temos uma explosão de cores, espécie de efeito do impacto causado por um meteoro imaginado. Note-se que na concentração dessa disformidade suspensa no espaço parecem confluir diferentes temporalidades da cor: enquanto em alguns momentos a tinta escorre para os lados, em outros se acumula em pinceladas densas, e ainda em outros forma desenhos quase transparentes sobre o conflito de cores quentes e frias.