O carácter melodramático e o sentido místico da solidão da paisagem, iluminada por uma luz difusa e ténue que contrasta com planos sombrios, agravados por uma noção de sublime terrível, encontram a expressão do sentimento romântico, mas também de uma pintura de observação do natural, com ifluências de Fontanesi. Nesta década, Alfredo de Andrade, artista viajado e informado, vivendo em Itália, referia o "verismo" e o registo iconográfico, a importância dos estudos de luz e cor e também a "nova escola", situada entre o realismo e uma liberdade interpretativa. A tranquilidade onírica da paisagem, ao entardecer, transmite um novo e ambíguo entendimento da natureza, tanto pela sua romântica concepção espacio-temporal, como pela apresentação da verdade na arte e no natural, situando-se assim no ultra-romantismo, tendencialmente naturalista pela análise dos valores atmosféricos, de cor e luz. (Maria de Aires)