Com o progredir da sua carreira, Ângela passa a utilizar as dimensões culturais e espirituais do triângulo com o propósito de estabelecer seu próprio estilo, apelidado de Trindadismo. Este estilo tinha como propósito ser uma linguagem mais adequada ao seu tempo, mas também um modo de expressão onde a artista encontrou a possibilidade de conjugar as influências culturais, artísticas e religiosas do Oriente e do Ocidente.
Trindade aplicou este estilo tanto em temas seculares quanto religiosos. Numa composição clássica, Mãe e Filho apresenta uma paleta subtil em tom com o tema natural da pintura. Ambos os personagens têm traços e matizes indianos num processo de inculturação que Ângela acreditava ser o caminho para aproximar o Cristianismo das gentes do seu país.
Referências: Gracias, Fátima, Ângela Trindade: A Trinity of Colour, Light and Emotion, Fundação Oriente, Panjim, Goa, 2016; Eiland, William U. at all, António Xavier Trindade: An Indian Painter from Portuguese Goa (catálogo de exposição), Georgia Museum of Art, University of Georgia, 1996.