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Biombos Namban

Escola de Kano1601/1610

Museu Nacional Soares dos Reis

Museu Nacional Soares dos Reis
Porto, Portugal

Composição de grande formato em conjunto com o segundo biombo do par abarca uma larga vista panorâmica e apresenta-se numa pintura sem perspectiva, sobre um fundo de ouro, com um intenso colorido. As cenas representadas, em sequência narrativa, são separadas por nuvens douradas. O programa iconográfico segue uma composição padrão do tema: no biombo da esquerda é representado o barco no porto e a panorâmica da margem, enquanto no biombo da direita perspectiva-se uma povoação, a deslocação do grupo de Portugueses e uma igreja cristã. O biombo em análise, da esquerda, representa a chegada da embarcação portuguesa a um porto do Japão e o desembarque das mercadorias. A nau ocupa as três primeiras folhas da composição. De cor negra, atracado no mar eleva-se até às nuvens douradas, e encontra-se com o velame recolhido e com a artilharia disposta nos castelos. No convés encontra-se a figura do capitão-mor, sentado numa cadeira chinesa, protegido por um sobrecéu. Nos mastros são representadas várias figuras de escravos negros. Três batéis carregados de mercadorias, onde se distingue uma cadeira chinesa lacada de negro e dourada, encontram-se atracados junto ao cais ou dirigem-se para ele. No cais, representado por um muro de pedra com escadaria, entre vários grupos de personagens, desenrola-se um cerimonial de chegada, onde se distingue, em sequência narrativa, novamente a figura do capitão-mor sentado num cadeira chinesa e protegido por um sombreiro. É ladeado por escravos que sustentam estandartes. Distinguem-se figuras de nobres, trajando de negro, com capas, espadas e numerosos adornos em ouro, mercadores, com igual indumentária, mas representados sem adornos nem armas, e ainda escravos, com traje bastante simplificado e executando tarefas nos batéis e em terra. Entre as mercadorias distinguem-se potes vidrados, escritórios lacados de tipologia variada, e ainda rolos e fardos de seda, encontrando-se sentado em cima de um deles um símio. Outro animal representado no cais é o cão, que sustenta um crucifixo ao pescoço. Finaliza a sequência do primeiro biombo, uma construção por cima da linha de água, onde dois Portugueses se encontram sentados. No segundo biombo ou biombo da direita, o programa iconográfico desenvolve a temática da actividade mercantil e a presença missionária. A narrativa tem início do lado esquerdo, numa construção em cima da água, onde mercadores fazem contas por meio de um ábaco, e num braço de mar, encontram-se representados animais desembarcados, um cavalo e um leopardo. Na sequência narrativa, a cena conotada no outro biombo do par com o cerimonial de chegada é novamente representada: as figuras retratadas são dois nobres sentados em cadeiras chinesas, um certamente o capitão-mor, e o outro poderá representar o feitor da cidade de Macau. Prossegue a representação com uma perspectiva da cidade mercantil, com várias lojas ou tendas em sequência, exibindo os produtos do intercâmbio comercial entre os dois países: as sedas em rolo, escritórios em laca, espadas e chapéus. É representado o grupo de Portugueses avançando na rua, nobres seguidos de escravos que carregam mercadorias onde se destaca uma cadeira a ser transportada, de tipologia articulada e de produção chinesa. Do lado direito da composição, na rua, é retratado o movimento local com personagens autóctones, entre eles uma figura feminina, representando provavelmente uma mulher nobre acompanhada por uma criada que figura com a cabeça e face cobertas, ou ainda um samurai. O programa integra a presença missionária: Jesuítas com as capas pretas e frades franciscanos com hábitos de cor castanha, encaminham-se na rua ao encontro dos Portugueses recém-chegados. Encerrando a narrativa, em plano afastado, figura a missão jesuíta, que se encontra instalada num templo de arquitectura tradicional japonesa, e é encimada por uma cruz dourada: à entrada são representados missionários Jesuítas, e numa construção no meio do jardim, figura um português adoptando práticas locais, sentado no chão e segurando uma taça de chá.

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  • Título: Biombos Namban
  • Criador: Escola de Kano
  • Data de Criação: 1601/1610
  • Localização da Criação: Japão
  • Dimensões físicas: 1718 mm x 18 mm x 3769 mm
  • Tipo: Mobiliário
  • Direitos: DGPC\ADF
  • Material: Papel de amoreira
  • Movimento artístico: Período Momoyama
Museu Nacional Soares dos Reis

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