"Em Roma, Iberê vive momentos de intensa aprendizagem de gravura, por meio dos valiosos ensinamentos de [Carlo Alberto] Petrucci [...].
Com esse professor, Iberê desenvolve algumas gravuras em metal, mas o que delas emana é o forte princípio de testagem. Armazena ricos conhecimentos técnicos para elaborá-las, como os segredos de um alquimista. São apenas sete as gravuras em metal conhecidas dessa época, mas algumas propõem abordagens nunca antes empregadas por Iberê no Brasil. [...]
[...] Natureza-morta 2 (CR-037) [tombo G207-1] e Natureza-morta 3 (CR-038) [tombo G208-4], mesmo não assinadas, também apresentam acréscimos importantes para o estudo das gravuras do artista, realizadas em diferentes técnicas. A primeira, ainda que sendo um primeiro estado, ressalta a ênfase nos valores tonais, calcados nos traços rápidos e intermitentes da ponta-seca. A gravura ganha em desenvoltura e a aprendizagem técnica mostra-se evidente. A outra é um marco no emprego da água-forte, pois, conforme consta registrado nas notas de sua catalogação, é a primeira gravura em água-forte na qual Iberê grava por etapas, Esse processo revela um aprofundamento técnico e, em especial, a concepção artesanal referida. O artista inscreve no suporte, ao redor da mancha, os registros de seu controle da reação química que ocorre entre o metal e o ácido em cada um dos estados da gravura, e aponta o tipo de impressão efetuada. Cada estado dessa obra não apenas revela a experiência realizada, mas socializa o conhecimento de sua fatura e o monitoramento de seus resultados."
ZIELINSKY, Mônica. Iberê Camargo: catálogo raisonné. Cosac Naify: São Paulo, 2006. p. 53.
No verso encontra-se a reprodução da planta baixa de uma edificação.
Não se tem conhecimento de sua edição, apenas de um estado desta gravura.
No verso desta matriz encontra-se a gravura G206-1.
Matriz pertencente ao acervo da Fundação Iberê Camargo.