Natureza-morta

Vindo de Itu, em São Paulo, se matricula na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1869, e recebe dessa instituição seu prêmio máximo (medalha de ouro) cinco anos mais tarde. Retorna à sua cidade natal em 1875, onde fica apenas um ano por causa de uma bolsa de estudos concedida pelo próprio Imperador Dom Pedro II para estudar na Europa. Durante sua estada no velho continente, Almeida Júnior produz diversas obras icônicas de sua carreira -- como “Descanso do modelo” (1882) -- e participa de diversas exposições na França e Itália. De volta ao Brasil em 1882, monta seu ateliê em São Paulo no ano seguinte, onde retrata diversas personalidades da sociedade brasileira -- como a Princesa Isabel e, em outra ocasião, do próprio Imperador d. Pedro II. A publicação “Imprensa Ytuana”, de 27 de abril de 1884, descreve como era o seu ambiente de trabalho: “O seu ateliê - se ateliê se pode chamar a essa pequena sala quadrada, com luz baixa e cheia de reflexos - está guarnecido de grande número de estudos, de esboços e de quadros, e se cada um deles não é uma olbra de arte completa - alguns o são -, representa pelo menos uma fase da vida do artista, um momento de inspiração, uma hora de alegria, ou um de profundo estudo [...]. Hoje o artista pinta o perfil gracioso, petulante, suave de cor e rosado, de uma cabeça feminina, amanhã as formas angulosas - tão prediletas de Miguel ngelo - de um velho nu, quase que uma peça anatômica, coberta de enrugado pergaminho amarelado, com rápidos contrastes de luz e sombra.” Falece, por causa de um crime passional, em 13 de novembro de 1899, e é considerado um dos mais admirados artistas paulistas do século XIX.