Imagem baseada na gravura Neptuno perseguindo Coronis que se transforma em corvo, Metamorfoses de Ovídio, Hendrik Goltzius, 1590. Painel da produção de Coimbra, do primeiro quartel do século XVIII. Este é o inicio de um período em que Lisboa deixa de ser o centro quase exclusivo da manufatura de azulejos, ganhando destaque Coimbra, enquanto área com produção destinada ao consumo do Centro e Norte do País. Para além de diferenças na paleta empregue, aqui em tons mais densos e terrosos que os utilizados na capital, a azulejaria de Coimbra distingue-se pela densidade dos seus emolduramentos e pelo caráter ingénuo das suas representações. Não obstante, na segunda metade do século, com a afirmação do Rococó, é precisamente nesta produção que poderemos encontrar alguns dos aspetos mais genuínos deste estilo, nomeadamente a tensão e a assimetria, que em Lisboa não tiveram grande eco.