Esta pintura, de forte influência impressionista, como a maior parte das obras de Georgina de Albuquerque, ganhou o primeiro prêmio Fernando Costa no 13º Salão Paulista de Belas Artes em 1941. É interessante notar que uma artista paulistana, nascida no Vale do Paraíba porém radicada no Rio de Janeiro a maior parte de sua carreira, obteve tal prêmio com uma obra que trata da produção do café. A cena representada nesta tela ocorre num dia de sol e registra mulheres e um homem a trabalhar com suas enxadas. São três as situações: ao fundo, um grupo de camponesas organizado em semicírculo confere à composição um elemento estrutural bastante ritmado; no centro, como eixo da obra, há uma figura feminina individualizada, de certa expressão, ao contrário do grupo semicircular; enquanto isso, no lado direito da tela, um camponês imóvel espelha a figura feminina central. Bastante inocente e sentimental na visão do trabalho braçal do campo, a artista, apesar de adotar um vocabulário impressionista, não segue a tendência do movimento de retratar cenas cotidianas de maneira não idealizadas, o que atribui à tela certo ar de conservadorismo, apesar da profunda beleza de suas formas e jogos de cor.