Não há nada no centro geométrico da obra. É um ponto cego. O centro real é deslocado um pouco para a esquerda, um pouco para baixo. Ali está o meio do picadeiro e das brincadeiras, o miolo de um rodamoinho de gente que se espraia em diversas e divertidas ações, numa aparente espiral que compõe o espaço da pintura. Além disso, vemos riscos azuis que jogam a ação para cima e que podem ser parte da montagem das fantasias celestiais do trapézio, da suspensão de uma banda singular ou da sustentação da lona que permite, no imaginário, o sonho circense. Dentro de um modo de representação objetivo, Djanira brinca com o olho do espectador, joga ele para o alto como num enorme pula-pula e cria uma harmônica e atípica dissonância na estrutura da pintura.
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