Entre vídeos, stills, tecidos e serigrafias, o motor desta sala é o desenho, parcela mais delicada de sua obra, que articula a percepção do entorno com as divagações e associações livres do pensamento. Quando desenha com pincel e nanquim, converge caligrafia, anotação, rabisco e movimento; nascem daí figuras que têm algo de ideograma, caligrama, hieróglifo e marca rupestre. Ampliados e multiplicados pela serigrafia em cores vibrantes sobre tecidos igualmente coloridos, os desenhos fazem, da parede ou da caverna, partituras de ritmos de repetição e movimento. No vídeo, o processo é inverso: a câmera desliza sobre a superfície de objetos quaisquer que refletem vestígios de luzes eletrônicas; imagens e traços aparecem como se a câmera estivesse em transe e fosse veículo para a emergência do desenho.