Em sua produção recente de obras de pequeno formato (estudos de naturezas mortas contemporâneas), a artista se demonstra consciente do estranhamento que promove, oferecendo a si mesma e ao público oportunidades concentradas de prazer e dúvida. Sem poder resolver o encontro com essas obras por uma separação entre alta e baixa cultura, boa e má pintura,arte e espetáculo, o espectador se vê desarmado diante de bromélias exuberantes, toalhas estampadas, cerâmicas populares, caveiras anacrônicas, berinjelas inesperadas, flores delicadas – todas representadas como sugestões cromáticas deformadas pelas retículas dos vidros “fantasia”, como são nomeados pela indústria esses baratos materiais.