Jean-Baptiste Debret
Rio de Janeiro, Brasil, 1818
Óleo sobre tela
120 x 77 cm
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Detalles
Título: Nuestra Señora de la Concepción
Descripción larga: Esta pintura de Debret é referenciada, pela primeira vez, no Inventário do Palácio de Queluz de 1833, figurando no Oratório. Trata-se de uma composição evocativa da Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, instituída por D. João VI no Rio de Janeiro a 6 de fevereiro de 1818, dia da sua aclamação. Debret foi o autor do desenho das insígnias da nova Ordem. A placa e a banda são visíveis na salva dourada aos pés de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira do Reino desde 1646.
Ao centro do manto de veludo encarnado, decorado com castelos, quinas e esferas armilares de ouro em campo azul, destaca-se uma moeda ou medalha bordada a ouro e branco com a efígie de D. João VI. Na bordadura, a seguinte inscripção: "REX ● JOANNES VI ● D ● G ● PORT ● BRAS ● ET ● ALGA ●". [João VI, por Graça de Deus, Rei de Portugal, Brasil e Algarves].
A real efígie de D. João, primeiro como Regente de Portugal e depois como Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, manifestou-se e propagou-se rapidamente sob a forma de retrato numismático. O desenho do primeiro busto real para as amoedações de ouro data de 1802, obra de Domingos António de Sequeira, sendo usado em todas as cunhagens das Casas da Moeda de Lisboa e do Rio de Janeiro até 1826, ano da morte do monarca.
A Carta de Lei de 13 de maio de 1816 concede ao Brasil as suas primeiras Armas: uma esfera armilar de ouro em campo azul. E ainda incorpora num só escudo as armas dos três reinos de Portugal e dos Algarves (o Escudo Real Português) e do Brasil, criando deste modo as Armas do Reino Unido de Portugal e do Brasil e Algarves, que as moedas cunhadas passam a apresentar desde 1818, ano da aclamação de D. João como D. João VI.
Na pintura de Debret o busto de perfil do Rei não segue o modelo original de Sequeira, à direita, laureado e trajado à maneira dos imperadores romanos, mas sim olhando à esquerda e vestido com o uniforme de gala próprio de um soberano contemporâneo.
Em 1822 D. Pedro é aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Para comemorar a ascensão ao trono de D. Pedro I, cunhou-se a moeda de ouro que ficou conhecida como "Peça da Coroação". Esta moeda, que nunca chegou a circular, apresentava a efígie de D. Pedro virada à esquerda, com coroa de louro e de busto nu, à feição dos imperadores romanos.