Parte de uma série de mais de uma dúzia de Madonas realizadas por Ângela entre 1940 e 1960, Nossa Senhora do Lótus pode ter sido uma das primeiras virgens ilustradas em estilo indiano. Juntamente com Nossa Senhora da Flauta (1948), são as duas únicas obras do legado de Ângela Trindade em formato circulares. Os característicos traços indianos de Mãe e filho, com os seus olhos amendoados e cabelos negros, são já perceptíveis e indicativos do processo de inculturação que a obra de Ângela apresentaria a partir da década de 1940.
Seguindo as convenções ocidentais, a Mãe de Deus senta-se no trono de Salomão também conhecido como trono da sabedoria, com o Menino a seu colo olhando directamente para o espectador. Na mão do Menino Jesus encontra-se uma flor de lótus, símbolo de pureza e luz, que este oferece a quem estiver disposto a transportá-lo com cuidado.
Referências: Gracias, Fátima, Ângela Trindade: A Trinity of Light, Colour and Emotion, Panjim, Goa, Fundação Oriente, 2016.
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