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Outono no Parque da Redenção II

Iberê Camargo1988

Fundação Iberê

Fundação Iberê
Porto Alegre, Brasil

"Assim, em Outono no Parque da Redenção, de 1988 mostra esses ciclistas, andarilhos, seres 'sem norte' – como os chamava Iberê – que não são mais do que uma alegoria do seu julgamento acerca do destino atual da humanidade. Como assinalou Lisette Lagnado, o nome da série (Parque da Redenção) não é apenas uma referência ao parque que efetivamente existe em Porto Alegre, aponta a uma dimensão ética. Nesse parque desolado pelo outono – o outono da idade? – os homens representam sua comédia como arquétipos da vida e da morte, das pulsões primeiras. Pedalam sem descanso, esperando uma redenção que pareceria que nunca fossem alcançar.
Como em um círculo no qual passado e presente se amalgamam, as paisagens de Iberê, tanto como tema autônomo ou como suporte de outras composições, remetem a uma modalidade expressiva na qual predomina a subjetividade. 'A nitidez do espírito', em detrimento da do olho, na velhice, etapa que obcecava o artista. O homem-pintor sempre está presente, é ele quem constrói o nexo entre a natureza e a cultura que define a paisagem contemporânea."
HERRERA, María José. Iberê Camargo: um ensaio visual. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2009. p. 13.

"A série dos Ciclistas, ou dos Ciclistas da Redenção,/b>, é um momento raro de humanismo nesta fase da obra de Iberê Camargo, no qual a possibilidade de socialização entre os indivíduos ainda parece possível. Vistos em grupos, ou mesmo solitários, esses ciclistas trafegam pelos parques e ruas esvaziadas da capital, tendo como objetivo único circular. A precisão do desenho que define as formas está associada a uma densa matéria pictórica, demonstrando uma intensidade excepcional na abordagem do tema. As pinturas Outono no Parque da Redenção I e Outono no Parque da Redenção II são composições complexas, com figuras em espaços fechados e sufocantes. A natureza está presente, mas não é propícia, ao contrário, parece adversa e opressiva. Mesmo nesse cenário pouco favorável esses pequenos grupos ainda mantêm resquícios de sociabilidade, mesmo que não se desloquem na mesma direção, eles se confrontam e se observam e seguem todos seus trajetos. Não há um destino aspirado, há somente o destino compartilhado momentaneamente, fugazes instantes de confronto e enfrentamento na solidão comum."
GOMES, Paulo. Iberê e seu ateliê: as coisas, as pessoas e os lugares. Fundação Iberê Camargo: Porto Alegre, 2015. p. 104.

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  • Título: Outono no Parque da Redenção II
  • Criador: Iberê Camargo
  • Data de criação: 1988
  • Local de criação: Rio de Janeiro, RJ
  • Dimensões físicas: 65 x 92 cm
  • Direitos: © Fundação Iberê Camargo
  • Meio: Óleo sobre tela
  • Registro: P166
  • Coleção: Acervo Fundação Iberê
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