No período conhecido como “fase brasileira”, que se inicia com sua chegada
ao país em 1923, estendendo-se até 1928, é marcante a presença da paisagem
colorida dos trópicos na obra de Segall. Nesta aquarela, ele realiza um lúdico
exercício cromático, nos segmentos horizontais e verticais, definidos pelo
quadriculado das casas. Uma luminosidade vibrante é trazida por amarelos,
vermelhos, azuis, que se avizinham como retalhos de uma colcha. Assemelhando-se
a uma imagem de sonho, os pontos de vista são vários: figuras e casas podem
ser observadas de frente ou de lado, há uma discreta insinuação de perspectiva
e, em primeiro plano, uma vista aérea.