Jorge Guinle Filho participou da 5ª edição da Sala 9, de outubro a dezembro de 1985, provavelmente.
Em depoimento de 1983, Jorge Guinle fez a seguinte observação a respeito da arte brasileira de seu tempo: “Hoje, o artista pretende pensar a questão da pintura como tal, e pretende fazer da pintura a questão específica da pintura, a questão premente e atual.”¹ Assim, ele falava do coletivo, mas em especial e também de seu trabalho.
“Paisagem infinita” de Jorge Guinle Filho é datada de 1985, o ano seguinte da realização da mostra “Como vai você Geração 80” realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com curadoria de Marcus Lontra, Paulo Roberto Leal e Sandra Magger. O artista participou da mostra e dela foi um entusiasta, inclusive publicando artigos como o que recebeu o título provocativo, que refletia o espírito daquela ocasião: “Papai era surfista profissional, mamãe fazia mapa astral legal. ‘Geração 80’ ou como matei uma aula de arte num shopping center”. Em um trecho disse o seguinte: “O caráter da exposição (o seu lado enciclopédico, abrangente) pretende enfatizar sociologicamente o ‘clima espiritual’ e artístico da época em que vivemos, o que se está construindo a partir dos anos 1980 e que envolverá futuramente de uma maneira ordenada o seu corpo astral e que hoje, em 1984, são ainda aspectos fragmentados e opacos da década em curso. Primeiro, há a própria escolha do local: uma escola de arte enfatiza o lado ainda experimental, precário, juvenil na gama de propostas ‘viáveis’, aponta indícios de carreiras, em fase embrionária.”¹
¹ GUINLE, Jorge. A pintura contra a parede. Arte & Ensaios, RJ: PPG Artes Visuais, EBA-UFRJ, v.6, n.6, 1999. p.127 e 128.
² _______. Papai era surfista profissional, mamãe fazia mapa astral legal. ‘Geração 80’ ou como matei uma aula de arte num shopping center. In: Caminhos do contemporâneo, RJ: Editora Eventual, 2002. Catálogo. p.199
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