Encomendado a Sevilha, cerca de 1510, o painel de quatro placas cerâmicas que reproduz o brasão de D. Jaime, 4º Duque de Bragança (n. 1479 - m. 1532), testemunha o apreço que estas oficinas tinham no Portugal quinhentista. Executado na técnica de aresta, no brasão está ausente a cor vermelha na bordadura, pois esta não existia na paleta cerâmica europeia de então, devendo este espaço, que permaneceu em chacota, ser preenchido a frio, possivelmente com um engobe carregado com óxido de ferro. Sob o chefe (terço superior do brasão) observam-se as armas maternas do infante, e na bordadura o chamado "banco de pinchar", diferença heráldica que surge a assinalar as armas dos Infantes. Pensa-se que este elemento possa ser a representação do banco reservado aos Príncipes da Casa Real ou a um tipo específico de gola que a eles estaria reservado. D. Jaime recebeu estas armas a pedido das Cortes, tendo sido jurado herdeiro provisório do trono aquando da viagem do Rei D. Manuel I (n. 1469 - m. 1521) a Castela, em virtude do soberano não ter ainda assegurado descendência.
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