Farmácia Barbosa

A Farmácia Barbosa pertenceu ao mosteiro de Paço de Sousa e funcionou como uma botica do conventual, com os seus inúmeros nichos e prateleiras, preenchidos com exemplares da faiança portuguesa de farmácia do século XVIII.
O mostrador de botica, posterior à armação, é ornado com artísticas obras em talha, ostentando no centro as iniciais do fundador da farmácia na aldeia de Paço de Sousa - Manuel Rodrigues Barbosa. Este terá praticado e exercido a profissão de farmacêutico na botica do mosteiro, tendo adquirido em 1834 a armação, livros, instrumentos vários e outros artefactos ao Mosteiro de Paço de Sousa, aquando da extinção das ordens religiosas em Portugal.
Pertence ainda ao conjunto, o teto original da farmácia, decorado com uma cercadura com motivos vegetalistas de inspiração barroca. O nicho central de dimensões maiores destina-se a receber uma imagem religiosa que guiava as operações do farmacêutico. Os corpos de estantes com prateleiras apresentam gavetas na parte inferior, para receber as plantas medicinais e os simples, enquanto nas prateleiras se encontram os célebres canudos, potes e boiões de botica pintados à mão ou estampilhados, de profusa ornamentação barroca ou representando brasões de armas particulares e religiosos. De pintura monocroma azul em dois tons, alguns apresentam a inscrição latina do produto terapêutico no seu interior, ou ainda uma reserva destinada a receber o rótulo ou inscrição.Uma larga maioria da faiança portuguesa exposta nesta farmácia pertenceu a boticas conventuais de ordens religiosas tão diversas, como a dos Agostinhos, Carmelitas, Dominicanos, S. Filipe de Nery (Oratório), Ordem Terceira de S. Francisco, Jesuítas, Clarissas e ainda às ordens monástica-militares de Aviz e Santiago. É ainda de realçar a excelente coleção de canudos e potes que pertenceram à botica da Santa Casa da Misericórdia de Viana, que fez a sua encomenda à fábrica de Darque em 1774.