Diversas tentativas de identificação têm sido propostas sem que até hoje tenha sido possível resolver a controvérsia gerada à volta da personagem representada. No catálogo de venda, de 1923, consta a designação «Retrato de Anton Triest», mencionado como burgomestre de Gand, também referido em documentação antiga como Nicolas, hipótese não confirmada pela generalidade dos especialistas. Pensou-se, igualmente, que se poderia tratar do seu irmão Anton Triest (1576-1657), bispo de Gand, conde de Evergem e conselheiro de Estado, embora a personagem não envergue na composição vestes eclesiásticas. O anel foi também no passado erradamente associado a essa condição. A ausência de espada parece antes sugerir a possibilidade de se estar em presença de um membro da burguesia.
A datação da pintura gerou igualmente polémica, afigurando-se sustentável que o retrato possa ter sido realizado na Flandres, antes de 1621. A cadeira «espanhola», de couro e pregaria, surge como adereço habitual no primeiro período de Van Dyck em Antuérpia, tal como se pode ver em «Retrato de Frans Snyders» (The Frick Collection, Nova Iorque), de c. 1620, onde é em tudo idêntica a abordagem do tema e o tratamento da paisagem.
Tem interesse em Visual arts?
Receba atualizações com a sua Culture Weekly personalizada
Está tudo pronto!
O seu primeiro canal Culture Weekly chega esta semana.