A escravizada Salustia vivia nos sertões da Paraíba quando moveu, em 1885, uma ação contra seu senhor, proprietário do engenho Curral Grande. Ela exigiu que ele levasse à audiência o “título legal pelo qual a conservava no estado de cativa”. Pediu ainda que providenciasse sua “carta de liberdade”, tendo em vista que a lei determinava declarar libertos os escravos que não fossem matriculados até o fim do mês de setembro de 1873. Salustia sabia da inexistência de sua matrícula e denunciou o fato de ter ficado “por mais de treze anos no bárbaro estado de escravidão por modo injusto e ilegal”. Quase no fim dos anos 1880, sua carta de liberdade foi finalmente emitida.