A denominada "Capela de D. Leonor", também conhecida por "Sala Árabe", corresponde provavelmente a um dos poucos espaços que hoje podemos observar do primitivo convento, fundado em 1509. Daqui decorre a importância acrescida de que se reveste esta "capela", uma sala de planta quadrada que apresenta como característica mais reveladora o teto de alfarge. Testemunho dos ecos mantidos vivos da presença árabe na Península Ibérica, obras como esta denotam a grande perícia do trabalho de carpintaria que marcou a arquitetura mudéjar em território português, sobretudo durante o reinado de D. Manuel I (r.1495-1521). De acordo com as notícias escritas pelas freiras da Madre de Deus no século XVII, a presença de um cordão, interpretado pela rainha como sendo o de São Francisco, a demarcar as várias estrelas que "tecem" este teto, do que foi uma capela privada anterior ao convento, terá sido decisiva para a escolha do local como o sítio onde albergar o ramo feminino dos Franciscanos – as Clarissas –, a Ordem religiosa que D. Leonor já tinha escolhido para a instituição que pretendia edificar. Do vasto acervo de obras de arte reunidas no convento original, destacam-se as pinturas provenientes das oficinas do centro e norte da europa. O "Panorama de Jerusalém" é uma das poucas obras que permaneceram no local.
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