Fotografia de pormenor da Quinta da Comenda. Esta quinta de produção vinícola situa-se entre o Convento de Barrô e a Estrada 537, tendo no limite poente um mortório recolonizado por mato. A vinha está plantada em solos graníticos, o que se reflete na paisagem, pois os muros dos socalcos foram construídos com essa pedra.
O acesso principal à vinha é feito através de um caminho empedrado com vinha em latada, a partir do qual se distribuem os caminhos de circulação. Este conjunto é composto por socalcos pós-filoxera de desenho rectilíneo que, junto à estrada, acompanham a configuração do seu traçado. A imponência desta mancha deve-se ao cuidado posto no aparelhamento das pedras, cortadas e dispostas de modo uniforme.
Acresce ainda referir a forma como é feita a ligação entre os diferentes socalcos, através de rampas monumentais (oscilam entre os 0,50 m e os 4,40 m de altura), cujos lanços seguem orientações diferenciadas, ritmando a paisagem.
A vinha, acompanhada por bordaduras de oliveira e pontuada por fruteiras, apresenta diferentes modos de condução: ramadas baixas, na parte superior da Quinta, latada no caminho e bardos. Os tabuleiros são delimitados por sistemas de condução e escoamento de águas, de construção cuidada, que incluem canais de largura diferenciada e goteiras talhadas. Salienta-se o abrigo duplo, embutido no muro de suporte, cujo arranjo construtivo é de inspiração erudita. A construção destes socalcos está associada à edificação das restantes estruturas da Quinta, datáveis de meados do século XIX, encomendadas por um brasileiro de torna-viagem. Segundo informações locais a construção destes socalcos terá demorado cerca de doze anos.
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