A obra Sala de Lectura apela à estrutura panóptica, utilizada para a construção do chamado Presídio Modelo, instituição penitenciária em Cuba que, nos anos 50, teve entre seus detentos a Fidel Castro e seu irmão Raul Castro. A transformação desse referente em um espaço circular de prateleiras vazias, uma sala de leitura sem livros, faz referencia à vulnerabilidade do homem em meio a sistemas de vigilância. A ausência de livros esvazia o conteúdo que o próprio nome indica. Num outro sentido evoca a estruturas arquitetônicas harmônicas que, despojada da sua referência original, sugerem múltiplos usos.