Em 1935, Mário de Andrade apresentou a jovem pintora Lucy Citti Ferreira a Segall. Lucy passou a freqüentar o ateliê do artista, trabalhando junto a ele, e auxiliando na documentação de sua obra. Por mais de dez anos ela foi a modelo preferida de Segall, que se impressionou pela força expressiva de seu semblante, principalmente pelos olhos fundos e sobrancelhas arqueadas. Esta tela, de 1935, é a primeira de uma série importante dentro do conjunto da obra de Segall – os retratos de Lucy. O acréscimo de areia contribui para dar corpo à matéria sensual da pintura, que se derrama sem pressa, depositando sobre as telas tonalidades serenas em pequenas pinceladas curvas, encaracoladas. Junto ao rosto, têm destaque as mãos da artista, reafirmando o primeiro plano da pintura.