"O passado vai esmaecendo. As recordações vão se apagando. Na velhice as lembranças se fragmentam, desmancham-se e sobem à tona da consciência, como as bolhas de gás que se desprendem do fundo dos charcos.
– A velhice é triste – dizia minha mãe, com o olhar vago perdido no vazio da campanha.
Nunca lhe perguntei por quê. Talvez por pudor, talvez por compreender que só a vida me daria a resposta."
CAMARGO, Iberê; MASSI, Augusto (org.). Gaveta dos guardados: Iberê Camargo. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 52-53.
"[...] Antes de deixar o país [em viagem de estudos à Europa], Iberê elabora dois retratos em ponta-seca. Ambos mostram um grafismo tímido, além de versos marcados pela vigorosa pressão da prensa. É como se o artista desejasse deixar registrada para sempre, antes de partir, mesmo de forma incipiente, a imagem de duas pessoas que sempre lhe foram caras, Retrato de minha mãe (CR-034) [tombo G006-2] e Retrato de Luiz Aranha (CR-035) [tombo G258-1], um de seus maiores amigos e incentivadores para os caminhos artísticos, seu 'são Cristóvão', como assim o apelidava."
ZIELINSKY, Mônica. Iberê Camargo: catálogo raisonné. Cosac Naify: São Paulo, 2006. p. 51.
Retrato de Doralice Bassani de Camargo, mãe do artista.
O título desta obra foi grafado por Iberê no invólucro da chapa.
No verso dessa matriz encontra-se a gravura G326-1.
Matriz pertencente ao acervo da Fundação Iberê Camargo.