Lilasese rosas

Composição com lilases e rosas numa taça ou cesto, colocado sobre uma mesa. A mesa está coberta com um tecido de tom amarelo de aparência sedosa, não completamente esticado, que preenche a parte inferior da composição visível sob o arranjo de flores. O fundo do quadro, correspondente a uma parede à qual está encostada a mesa, é formado por uma gradação de cinzas, mais claros no lado esquerdo e em progressivo escurecimento para o lado direito, a zona menos iluminada da composição. A luz mais intensa reflecte-se nas pétalas suavemente enroladas das rosas no canto inferior esquerdo e nos lilases brancos ao centro da composição. António José da Costa foi durante anos um membro activo e considerado na vida artística do Porto, participando na criação do Centro Artístico Portuense e na promoção das chamadas "Exposições d’Arte". Com uma carreira longa e coerente, optaria a certa altura, quase em exclusivo, pela pintura de flores e de naturezas mortas, opção que acabaria por fazer associar a algum recolhimento e privação da vida pública. Indiferente às propostas de ruptura que, sobretudo a partir de 1915, ganharam visibilidade na Cidade e no Pais, António José da Costa manteve-se fiel ao gosto naturalista, contribuindo, a par com outros artistas dessa geração, para a sua manutenção na arte portuguesa muito para além do tempo.