Quando Artur Loureiro regressou ao Porto em 1901, após longos anos de permanência na Austrália, onde viveu desde 1884, trouxe na bagagem algumas obras que apresentou na primeira exposição que realizou no Porto, em Março de 1902, no seu atelier acabado de inaugurar no Palácio de Cristal. Esta pintura tinha sido realizada pelo pintor em Melbourne, em 1900, como podemos ver na data inscrita no canto inferior direito, junto da assinatura. O período de permanência de Artur Loureiro na Austrália (1884-1901) foi marcado por uma intensa atividade, como professor e criador, tendo-se destacado pela participação em iniciativas coletivas, nomeadamente no contexto da Victorian Artists Society. Perfeitamente integrado na comunidade dos artistas, fez parte da Heidelberg School, entre 1885 e 1900, o movimento naturalista australiano (com o nome associado ao local frequentado pelos artistas, nos arredores de Melbourne, à maneira de Barbizon nos arredores de Paris), o mais celebrado período da história da arte australiana, que Artur Loureiro ajudou a construir e a consolidar. Esta representação da figura de um nativo australiano é bem reveladora do domínio da pintura de ar livre, fundada numa aprendizagem de matriz europeia, que o pintor tão bem adaptou à luz, à paisagem e à cultura australianas.
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