Pintura representando Santa Maria Madalena recolhida numa gruta que, à direita, deixa entrever o exterior, através da representação de nuvens sobre céu azul. A Santa personifica o arrependimento e a penitência, sugerindo desse modo o afastamento do mundo para meditar sobre o divino. Com a mão direita segura uma caveira, símbolo da fragilidade dos valores mundanos; sobre a mão esquerda pousa suavemente o rosto longo e dirige o seu olhar para o observador. Ao seu lado está pousado o vaso de perfumes que terá usado para ungir os pés de Cristo. A sua farta cabeleira a que os textos sagrados aludem, apresenta-se solta e caída sobre os ombros e as costas mas não lhe encobre a nudez. O braço direito da santa forma uma diagonal simétrica com o recorte da abertura da gruta. A luz incide fortemente sobre o rosto oblongo de Madalena, realçando-lhe a perfeição das linhas e as faces nacaradas, destacando-a assim da penumbra do cenário de fundo.