Que grande distância separa este retrato daquele que Rivera pintou de Angelina Beloff seis anos antes, em Bruges, que foi o que selou o começo daquele romance. Neste, as feições foram reduzidas a poucas linhas, sugerindo uma cabeça pequena e até mesmo um modesto bico, um rosto do qual toda a expressão foi apagada. A imagem parece emergir, pouco a pouco, de um molde. Sem escorço e com pouco relevo, o trabalho exibe uma incrível simplificação anatômica, dificultando, assim, qualquer tipo de leitura psicológica. Neste que é o primeiro de três retratos de Angelina, os vários elementos (o gato descansando no colo, o corpo reclinado, os belos tons de cinza, azul e branco) proporcionam uma interpretação serena de uma mulher eternamente disposta a esperar. (Diego Rivera. Retratos cubistas, 1913-1917; Meadows Museum, SMU; Philip Wilson Publishers)
Você tem interesse em Visual arts?
Receba atualizações com a Culture Weekly personalizada
Tudo pronto!
Sua primeira Culture Weekly vai chegar nesta semana.