Esta joia pode considerar-se um dos paradigmas da produção joalheira de René Lalique, não só pela mestria da sua execução, como pela temática escolhida. Os répteis serão efetivamente motivo de inspiração que Lalique irá trabalhar um pouco ao longo de toda a sua vida, tanto ao nível da joalharia como da sua produção vidreira, de bronzes, etc.
As nove serpentes que constituem este peitoral encontram-se entrelaçadas formando um nó de onde pendem, em cascata, os corpos de oito delas, erguendo-se a nona, ao centro, no topo superior da joia. Os répteis, em posição de ataque, apresentam as bocas abertas de onde, possivelmente, poderiam pender fiadas de pérolas como acontecia na peça cujo paradeiro hoje se desconhece e de que esta é, provavelmente, a única réplica existente. Aquela figurou, em lugar de destaque, na Exposição Universal de Paris em 1900, tal como nos surge reproduzida numa publicação da época.