Fachada sul do Quarto D. Quixote

Esta fachada é uma das mais ornamentadas do Pavilhão Robillion.
Localizado na ala poente do Palácio, o Pavilhão é acrescentado ao plano inicial por Jean-Baptiste Robillion, que substitui Mateus Vicente de Oliveira depois de este ter sido requisitado pelo Marquês de Pombal para a reconstrução de Lisboa, após o terramoto de 1755.
O Pavilhão, conhecido pelo nome do arquiteto responsável pela sua construção, foi erigido após o casamento de D. Pedro (futuro D. Pedro III) com D. Maria (futura D. Maria I). Aqui se situaram os aposentos privados de muitos monarcas que habitaram o Palácio (D. Pedro III, D. João VI, D. Carlota Joaquina, D. Miguel, D. Pedro IV). Trata-se da única zona revestida com soalhos em parquet de madeiras exóticas brasileiras, com predominância de pau-santo e pau-cetim, e com decorações em pasta de papel dourada e policromada.
Do Pavilhão Robillion fazem parte a Sala do Despacho, a Sala das Açafatas, a Sala das Merendas, o Quarto D. Quixote, o Oratório, o Quarto da Rainha e o Toucador da Rainha.
Na extremidade norte desta ala, frente ao Canal de Azulejos, a Escadaria dos Leões constitui o estratagema arquitetónico utilizado por Robillion para vencer o desnível de cotas existente entre o Jardim PênsiI e a parte baixa dos jardins. A sua localização frente ao Canal, os três lanços de escada divergentes, as duas balaustradas e a estatuária dos terraços contribuem para um efeito cenográfico de grande impacto.

SOBRE JEAN-BAPTISTE ROBILLION
Arquiteto francês que trabalha em Paris, Haia e Londres, antes de chegar a Lisboa. Veio a marcar decisivamente o Palácio, não só pela conceção dos novos espaços, como pela decoração de muitos interiores.
Discípulo e colaborador do grande ourives Thomas Germain, em 1756 é nomeado ourives da Casa do Infantado. A este arquiteto, bem como ao escol de artífices portugueses e franceses de que se rodeou, ficaram a dever-se a introdução do gosto francês e as alterações ao plano inicial, nomeadamente ao nível da decoração.