Datável de 1530-32, esta tábua apresenta uma iconografia muito próxima das descrições da vida e milagres dos dois irmãos médicos que terão sido martirizados no séc. III. Milagre póstumo, é descrito por exemplo na Legenda Aurea (c. 1260) de Jacques de Voragine: o sacristão da sua igreja de Roma, tinha uma perna gangrenada; enquanto dormia, os Santos amputaram-lhe a perna doente e substituíram-na pela de um etíope recém sepultado, curando-o. A perna negra é aqui evidente por comparação com as restantes carnações do moribundo. Outro dado cativa a atenção do observador: a composição descentrada, que pode ter origem numa mutilação antiga desta obra.