São Sebastião é nesta imagem o jovem imberbe, atado ao tronco, seminu, que aguarda o martírio pelas flechas, segundo o tipo iconográfico popularizado no século XV para a representação do santo invocado como protetor contra doenças e epidemias. Na imaginária medieval portuguesa, o tema foi pretexto para a representação da anatomia e para a modelação naturalista das figuras, como nesta obra atribuída a Diogo Pires-o-Velho, cuja autoria é reconhecível no perfil oval do rosto enquadrado pela cabeleira de volumosos caracóis anelares. A imagem pertenceu ao Convento de Santos, de Lisboa, documentando a amplitude territorial da atividade do escultor de Coimbra.