A semelhança tipológica destas pinturas, em que os santos se
apresentam, de forma pouco usual, sentados num banco junto
a uma parede revestida de um brocado verde de desenho
semelhante nos quatro quadros, com a mesma escala e uma
pose similar, faz pensar que pertenceriam a um mesmo conjunto,
que tanto poderia ser um retábulo, como uma sucessão de painéis
sobre cadeiras de coro. O modelo austero das figuras e as pregas
rígidas e profundamente marcadas são os principais elementos
que os associam à oficina de Nuno Gonçalves. O crucifixo que
o Santo Franciscano exibe parece derivar diretamente do célebre
Calvário que Rogier van der Weyden pintou, cerca de 1460,
para o convento cartuxo de Scheut, próximo de Bruxelas, o que
traz alguma luz sobre as influências na obra de Nuno Gonçalves
e a sua muito mal conhecida formação artística.