Não existem grandes dúvidas sobre esta pintura (e o fragmento
de São Vicente na Cruz em Aspa) proceder do retábulo do altar
de São Vicente da Sé de Lisboa, desde o século xvi atribuído
a Nuno Gonçalves, constituindo a base mais segura para
a definição da obra deste pintor régio de D. Afonso V. O altar
foi terminado pouco depois de 1470. Nela ressalta, sobretudo,
a dignidade na conceção da figura humana e a exatidão
do tratamento da sua anatomia, sendo este o mais antigo nu
conhecido da pintura portuguesa. Devem notar-se as similitudes
do rosto do santo e do desenho do pavimento com os mesmos
motivos nos Painéis de São Vicente, possivelmente parte do mesmo
conjunto retabular.