Em 1982, Iberê volta a viver em Porto Alegre, na rua Lopo Gonçalves, Cidade Baixa – bairro vizinho ao Parque da Redenção. Suas idas ao parque passaram a ser rotineiras, tanto para a prática de caminhadas quanto para os passeios dominicais no Brique da Redenção ao lado de sua companheira, Maria Coussirat Camargo.
Preocupando-se em anotar aspectos da vida cotidiana, como o rápido deslocamento dos transeuntes, Iberê realizou ali centenas de desenhos. São esboços e desenhos de observação que capturam, geralmente em poucas linhas, os mais variados tipos de frequentadores do parque, como ciclistas, famílias, moradores de rua, trabalhadores informais e, acima de tudo, pessoas solitárias, gerando um testemunho do obsessivo espírito de pesquisa do artista.
Palco das mais diversas manifestações artísticas e culturais, o Parque da Redenção segue sendo, muitas vezes, local de trabalho para profissionais expressarem sua arte.
Especialmente aos domingos, no Brique da Redenção – a mais tradicional feira de artesanato, artes e antiquários da cidade –, é frequente ver músicos se apresentando, sozinhos ou em conjuntos. Muitos deles são imigrantes de países latino-americanos, como os retratados por Iberê nesse estudo.