Paisagem que reproduz a captação de um breve registo, como que a marcar um momento de deambulação pela freguesia de Tancos, em Vila Nova da Barquinha, Santarém. Trata-se de um momentâneo, sem evidentes sinais de humanização e integrado na escola naturalista portuguesa. Numa recriação feita a partir de manchas soltas e imprecisas, os verdes da vegetação e arvores são ponteados de diferentes tonalidades de castanhos, imprimindo corpo aos troncos e ramos das árvores, à vegetação rasteira, numa acentuação do caminho que divide o verde paisagístico e do chão térreo que domina o primeiro plano da composição.
Sobrepondo-se à linha do horizonte, as árvores recortam-se no céu turvado de tonalidade lilás, progredindo para o azul escurecido, lembrando um final de tarde ou amanhecer. Uma árvore de tronco e ramos esguios recorta-se na paisagem e prolonga-se até ao limite da representação do céu, com pinceladas soltas, rápidas e matéricas a formar uma folhagem dispersa, sobrepondo-se ao campo figurativo como se fosse uma cortina que, dividindo, garante e acentua, a unidade dos planos da composição.