As paisagens fluviais, abundantes na obra de Daubigny, constituem um corpo fundamental no conjunto da sua produção, tendo o pintor executado no Oise um número assinalável de pinturas. Temas do agrado do público, por vezes na origem de réplicas muitas vezes parcelares de determinadas vistas, contribuíram para uma identificação nem sempre exacta dos locais representados. Finalmente, a necessidade de satisfazer encomendas de acordo com o desejo do comprador terá igualmente dado lugar a pinturas designadas, arbitrariamente, por «margens do Sena» ou «margens do Oise».
Ao recorrer na obra à aplicação rápida de espessas pinceladas de cor de impacto ótico imediato e ao realçar a partir das tonalidades quentes do poente o momento fugaz da representação, Daubigny encontra neste registo do Oise pretexto para aprisionar um estado transitório de luz. O improviso que se pressente na pintura e o gosto pelo não finalizado (chamaram-lhe apressado), valeu-lhe da crítica da época um comentário menos favorável perante a inesperada originalidade do seu estilo, sintetizado então por uma palavra que acabaria por alterar profunda e decisivamente o rumo da história da pintura – «impression»!
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