A obra de referência deste período é "O Grupo do Leão", pintada para a cervejaria Leão de Ouro, situada na então Rua do Príncipe e actual 1º de Dezembro, por ocasião de uma remodelação, em que esta passou a integrar um restaurante com nova decoração e onde o grupo naturalista se encontrava na vida boémia desde o início da década. De resto, o grupo assumiu o nome da própria casa e por esta ocasião todos decidiram colaborar com trabalhos para a nova decoração. A Columbano foi atribuído o retrato do grupo que figuraria à entrada, o único retrato desta geração naturalista de Lisboa e que até 1945 aí esteve exposto. Nele estão representados, da esquerda para a direita, Henrique Pinto, sentado; Ribeiro Cristino; José Malhoa; João Vaz; Alberto de Oliveira; Silva Porto, ao centro, no lugar do chefe de escola; António Ramalho; Manuel Fidalgo, o empregado de mesa; Moura Girão; Rafael Bordalo Pinheiro, logo abaixo do irmão; Columbano, de cartola; António Monteiro, o proprietário da cervejaria; Cipriano Martins e, sentado de mão apoiada na cintura, Rodrigues Vieira. Columbano terá visto em Paris a "Hommage à Delacroix" (1864) ou o "Coin de table" (1872) de Fantin Latour e certamente que estes retratos colectivos lhe agradaram, até porque o motivo tem ampla representação na pintura holandesa do século XVI e XVII, de Rembrandt a Franz Hals, aparecendo naqueles casos reformulado dentro de propostas modernas, mas evitando qualquer radicalismo de vanguarda. Com esta pintura Columbano ia mais longe que Fantin Latour na modernidade das suas propostas, ainda que num tempo diferente, e concluía uma fase da sua obra, aquela que maior representação teve nos salões de quadros modernos. (Pedro Lapa)