Esta pintura foi oferecida ao rei de Portugal, D. Luís I, pela rainha de Espanha, Isabel II, provavelmente no âmbito da sua visita a Portugal em 1865. A mesma rainha oferecera uma outra versão da mesma pintura ao Papa Pio IX, que mais tarde se descobriu ser falsa. A pintura do MNAA revela o naturalismo amável das suas representações religiosas e a influência do claro-escuro característica da sua pintura de juventude. Na composição, o pintor baseou-se numa gravura de Raphael Sadeler executada a partir de uma pintura de Polidoro da Lanciano. Pela radiografia foi possível saber que Murillo executou inicialmente um fundo com elementos de arquitetura e um pana atrás da Virgem, adotando posteriormente um fundo totalmente negro de onde sobressaem as figuras. Mudou também a posição do Menino Jesus. Estas alterações permitem identificar um desenho de Murillo existente na Kunsthalle de Hamburgo, datado de 29 de janeiro de 1655, como uma memória executada a partir da pintura de Lisboa, que é assim anterior a esta data.