Figura em barro cozido policromado, representando um vendedor de azeite, transportando quatro bilhas de azeite sobre o dorso de um burro ou mula. O Figurado de Estremoz constitui uma tradição barrista, com origens no século XVIII, que na década de 1920 se encontrava em vias de extinção, tendo sido recuperada pela iniciativa de José Sá Lemos, diretor da escola industrial de Estremoz, com recurso a Ana das Peles, a única praticante da tradição, então já idosa. Foi ela que formou a nova geração de praticantes, entre os quais Mariano da Conceição, um dos co-autores deste exemplar. Foi neste processo da sua "revitalização" que esta tradição foi, também, reinventada, iniciando-se neste período a produção de novas tipologias de figurado, como por exemplo os presépios inspirados nos "tronos" de Santo António e nas "cascatas" de São João, respetivamente de Lisboa e Porto, mas desde há muito reconhecidos como "tradicionais" no figurado de Estremoz. O Figurado de Estremoz constituiu, desde cedo, um dos tipos de produções artesanais selecionadas para integrar as exposições internacionais de arte popular organizadas pelo Secretariado da Propaganda Nacional na década de 1930, concretamente a produção de Mariano da Conceição, posteriormente integradas no acervo do Museu de Arte Popular (MAP), como foi o caso deste "Azeiteiro". Vieram também a ser integradas no acervo do MAP diversas das peças que a sua esposa, Liberdade da Conceição, pintou em 1940 no Pavilhão das Artes e Ofícios da Exposição do Mundo Português. A técnica de produção do Figurado de Barro de Estremoz encontra-se inscrita, desde 2015, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e, desde 2017, na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).