Em Janeiro de 1881, com o curso de Belas-Artes já concluído, Columbano parte para uma estada de dois anos em Paris, suportada pelo pensionato particular da Condessa d’Edla, estabelecendo-se no Atelier do Boulevard Raspail, em Montparnasse. Esta obra faz parte das primeiras aí produzidas, e é um raro exercício da pintura de costumes no seu percurso artístico. A ausência deliberada do enquadramento de paisagem e da captação da luz natural, revelam o desinteresse pelo naturalismo, tornando-se a presença física da figura feminina o motivo único e essencial da tela, numa postura séria recortada num fundo neutro, em torno dos verdes, ocres e brancos cinza. Provavelmente influenciado por uma pintura e desenho de Millet, cujo tema é uma pastora em traje e atitude recatada idênticos, Columbano consegue uma aproximação sensorial ao modelo, conferindo-lhe um sentimento de intimidade e profundo recolhimento.