Maria Keil (n. 1914 – m. 2012) desenvolveu uma vasta obra nas áreas da pintura, ilustração, gravura, tapeçaria e azulejaria. Nesta última vertente, distinguiu-se por ter sido a primeira artista portuguesa a imprimir ao azulejo um cunho moderno, alicerçado na tradição azulejar portuguesa que investigou de forma aprofundada, numa época em que o azulejo ainda era encarado pela comunidade artística nacional como um trabalho de artesanato. Em 1959 inauguram-se as primeiras estações do Metropolitano de Lisboa segundo projeto do seu marido, o arquiteto Francisco Keil do Amaral (n. 1910 – m. 1975), tendo Maria Keil ficado responsável pela decoração de dez estações. Os revestimentos que desenhou, entre esta data e 1972 são reveladores da simplicidade complexa que marca a sua produção. No presente painel, de 1955, Maria Keil revisita, mais uma vez, a tradição portuguesa, ao sugerir, em simultâneo num mesmo azulejo, a técnica do enxaquetado e a ilusão tridimensional do padrão dito "ponta de diamante".