Marques de Oliveira, como os seus colegas de geração, seguindo um programa de inventariação de lugares, realizou inúmeras impressões da Póvoa de Varzim. Todas elas com uma liberdade de execução pouco apreciada na sua época e que é hoje o aspecto mais valorizado da sua obra. Esta paisagem exibe uma curiosa construção em que a mancha de contornos definidos funciona como elemento constitutivo – uma subtil memória de Corot. A tonalidade terrosa do primeiro plano contrasta com a luminosidade dos brancos do último, que salientam uma volumetria criadora de profundidade de campo que o primeiro plano quase dilui. (Pedro Lapa)