“Em 1964, Maria Angela Magalhães criou o Artesanato Guanabara, ao lado de Gilda Vieira Carneiro. O ateliê realizou duas exposições em São Paulo, em 1966 e 1967, mas foi a partir de 1968 que começou a transpor para a tapeçaria os cartões de artistas plásticos. A primeira mostra dessa vertente aconteceu na Galeria Guignard, em Belo Horizonte, com trabalhos de Maria Helena Andrès. Seguiram-se outras em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília e em Belo Horizonte, com artistas voltados para a tapeçaria, como Bia Vasconcellos, Inge Roesler, Maria Kikoler e Parodi, entre outros. O ateliê fez grande sucesso e chegou a ter 70 artesãs trabalhando nele. [...]
Em 1974, o Artesanato Guanabara realiza uma mostra coletiva na Galeria Grupo B, e é essa a exposição que chama a atenção de Iberê Camargo e o leva a procurar Maria Angela. [...]
A partir de 1985, Maria Angela Magalhães deixou de realizar interpretações de obras de artistas passando a se dedicar à tapeçaria autoral em tear, com finalidade utilitária. A valorização da integração entre as artes caiu em desuso, e a tapeçaria e a cerâmica voltaram a ser estigmatizadas como ‘artes menores’. Na esteira das muitas revisões feitas atualmente pelo sistema de arte contemporâneo, essas práticas artísticas estão voltando, aos poucos, a ter visibilidade e reconhecimento.” [...]
MATTAR, Denise. In: POSSAMAI, Gustavo (Org.). Iberê Camargo: o fio de Ariadne. Fundação Iberê Camargo: Porto Alegre, 2020. p. 16-19. (Observar notas na fonte).
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