Composição estruturada em três faixas paralelas definidas por manchas de cores intensas que a forte luz mediterrânica faz ressaltar. Os três planos principais distinguem a terra, o casario e o céu: do primeiro arranca uma linha oblíqua que marca a divisão entre a vegetação densa de cactos, acumulada do lado esquerdo, e a terra que se estende até ao extremo direito, num contraste cromático entre o verde da vegetação e o ocre da terra. Sobre este, o plano intermédio do casario branco feito de construções de formas geométricas inundadas de luz. À esquerda, duas figuras femininas, recortadas sobre o azul do mar e do céu, introduzem uma referência de escala. O mar, representado numa estreita faixa de azul denso, visível só num pequeno trecho do quadro, à esquerda, confronta com o céu, uma mancha regular de azul bastante uniforme manchado por nuvens pouco densas. Esta obra de referência do paisagismo do século XIX sintetiza o percurso artístico do pintor: concentra linguagens diversas em contraponto harmonioso, quer no tratamento naturalista e minucioso da vegetação em contraste com as superfícies planas, monocromáticas e geométricas, das arquitecturas, quer no recurso ao pincel fino que desenha as formas em contraste com o espessamento da tinta aplicada em pinceladas largas.