O 3º Salão Nacional de Arte Moderna (conhecido como o Salão Preto e Branco), instalado no edifício do Ministério da Educação e Cultura-RJ e inaugurado no dia 15 de maio de 1954, abriu suas portas partindo de uma agenda política clara contra a medida do governo Vargas que impossibilitava a importação de tintas estrangeiras, como também de materiais essenciais e específicos ao trabalho artístico, os quais não eram encontrados com a mesma qualidade na produção nacional. Demonstrando uma veemente unidade da comunidade artística brasileira, o salão mostrou 323 trabalhos em preto e branco, dentre os quais a obra de Aldo Bonadei, destacada com o Prêmio de Viagem Nacional. De temperamento investigativo, Bonadei passou por vários momentos exploratórios, construindo um abstracionismo muito próprio, fruto de investigações com a música e o cubismo, que nunca chega a perder totalmente os laços com uma referência ao real e raras vezes abandonando uma relação, mesmo que sutil, de figura e fundo.